No encontro quinzenal da psicanálise comentamos sobre as críticas ( e ataques), infantis, simplórios e histéricos perante obra de Freud, e, até mesmo, ao próprio.
De sábado para cá, partindo de nossas discussões, fui buscar algo para me atualizar e li o livro Freud – Mas por que tanto ódio?, da ‘templária da psicanálise’ Elisabeth Roudinesco.
O livro é curto e vale a leitura, tanto para psicanalistas quanto para não psicanalistas.
segue o resumo:
Freud – Mas por que tanto ódio?
Em 2010, o francês Michel Onfray lançou na França a obra polêmica intitulada “Le crépuscule d’une idole”. Nesse livro, Onfray desencadeou uma avaliação controversa de Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, retratando-o como um impostor permeado por características problemáticas, como alegada homofobia, incesto e inclinações fascistas. Em resposta a essa visão provocadora, a psicanalista Elisabeth Roudinesco lançou uma contrarresposta, onde destacou falhas na pesquisa de Onfray, questionou a validade de fatos apresentados e denunciou as alegações difamatórias feitas, incluindo a insinuação de um longo relacionamento amoroso entre Freud e sua cunhada. Roudinesco também contextualizou essas alegações como ressurgimentos de antigas especulações, reforçando a ideia de que tais narrativas eram mais manobras midiáticas do que fatos históricos.
Para Roudinesco, a intensidade do repúdio dirigido a Freud encontra seu embasamento na desmontagem de mitos profundamente enraizados, especialmente aqueles em torno da sexualidade e da psicanálise. Além do contraponto oferecido por Roudinesco, a obra ainda incorpora cinco artigos assinados por especialistas nas áreas de história, filosofia e psiquiatria.
Como um complemento esclarecedor, é apresentada uma entrevista prévia concedida por Roudinesco à revista “Le Nouvel Observateur”, onde ela lança luz sobre os persistentes ataques dirigidos à psicanálise e à figura de Freud.
Esse embate intelectual entre Onfray e Roudinesco encapsula a complexidade de interpretar o legado de uma figura seminal como Freud, ao mesmo tempo em que ressalta a natureza inerentemente controversa da análise histórica e psicológica.
“O ódio a Freud se manifestou desde os seus primeiros escritos. Ele é da mesma natureza que o ódio a Darwin. Freud realizou algo que parece intolerável à humanidade. É a revolução do íntimo.” Elisabeth Roudinesco
PDF: Freud – mas por que tanto ódio? Elisabeth Roudinesco