Diagnóstico Psicanalítico de Nancy McWilliams: Entendendo as Estruturas de Personalidade: Este artigo explora a complexidade das estruturas de personalidade a partir de uma perspectiva psicanalítica, baseando-se no Psychodynamic Diagnostic Manual (PDM). A abordagem ressalta como diferentes tipos de personalidade afetam a interação terapêutica e a importância de considerar as influências culturais e a complexidade interna de cada paciente.
Introdução:
A psicanálise considera a personalidade humana como um sistema complexo, moldado por diversos fatores, como temperamento, ambiente familiar e experiências de vida. Ao entender as estruturas de personalidade, como as categorias esquizoide, paranóide, narcisista, obsessiva-compulsiva, entre outras, podemos oferecer um tratamento mais empático e eficaz.
O Papel da Cultura e a Individualidade da Personalidade
A personalidade não é estática e pode ser influenciada por fatores culturais. Cada cultura molda um “tipo dominante” que influencia a forma como as pessoas respondem à terapia. Por exemplo, pacientes na Suécia apresentam traços mais esquizoides, enquanto na Itália o estilo histriônico é mais comum. Compreender essas variações culturais é essencial para um tratamento que respeite e valorize a individualidade.
Livro Diagnóstico Psicanalítico de Nancy McWilliams
Estruturas de Personalidade e Abordagem Terapêutica
A abordagem psicanalítica considera que os tipos de personalidade influenciam diretamente a relação terapêutica. Alguns dos tipos abordados incluem:
- Personalidade Depressiva: Tipicamente autocritica, sensível à crítica e busca validação externa. Esses pacientes frequentemente se identificam com o sofrimento e tendem a internalizar críticas.
- Personalidade Paranoide: Marcam-se pela desconfiança em relação aos outros e uma tendência a projetar suas angústias nos outros. Essas pessoas podem mostrar lealdade cega a figuras idealizadas, enquanto veem ameaças em outros contextos.
- Personalidade Obsessivo-Compulsiva: Caracteriza-se pela busca por controle, perfeccionismo e organização. Apesar disso, muitos apresentam “gavetas desorganizadas” como uma forma de manifestar sua luta com o controle.
- Personalidade Narcisista: Reflete uma dualidade entre grandiosidade e vergonha oculta. Podem buscar validação externa e, quando não conseguem, experimentam ansiedade e retraimento.
Abordagem para Pacientes em Diferentes Níveis de Organização Psíquica
Na terapia psicanalítica, os pacientes podem variar de níveis “saudáveis” e “neuróticos” a “borderline” e “psicóticos”. A forma de tratamento precisa ser adaptada, respeitando a capacidade de cada paciente de se autorregular e entender sua própria subjetividade e a dos outros.
- Nível Neurótico: Pacientes que conseguem diferenciar entre realidade e fantasia, facilitando a aliança terapêutica.
- Nível Borderline: Aqui, os pacientes apresentam intenso apego/desapego, com dificuldade de regular emoções. A terapia envolve paciência e construção constante da confiança.
- Nível Psicótico: Pacientes neste nível estão muitas vezes envolvidos em uma luta com a realidade e podem ter dificuldades para discernir entre o eu e o outro. Requer uma abordagem cuidadosa e respeitosa.
A Relação Terapêutica: Elemento Fundamental
Independentemente do tipo de personalidade, a relação terapêutica é fundamental. É importante que o terapeuta assuma uma postura de respeito e humildade, permitindo que o paciente sinta que ele é um participante ativo e que seu sofrimento é reconhecido e valorizado.
Considerações: Diagnóstico Psicanalítico de Nancy McWilliams
Compreender a personalidade humana em todas as suas complexidades é essencial para a prática psicanalítica. O terapeuta deve estar atento às nuances culturais, à individualidade de cada paciente e ao impacto de diferentes tipos de personalidade na terapia. Esse conhecimento permite uma prática mais empática, eficaz e personalizada, ajudando o paciente a construir um autoconceito mais saudável e adaptativo.
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por Leonid R. Bózio
Brasília, Dies Domini, de 2024 anno Domini