Os Últimos Dias e a Morte de Sigmund Freud

Os Últimos Dias e a Morte de Sigmund Freud: Sigmund Freud, o pai da psicanálise, deixou um legado incomensurável para o campo da psicologia e para a compreensão da mente humana. Seus últimos dias foram marcados por sofrimento físico, mas também por uma determinação inabalável de manter sua contribuição intelectual ativa até o fim. Neste artigo, vamos explorar os últimos momentos da vida de Freud, o impacto de sua doença e como ele lidou com a proximidade da morte.

A Luta Contra o Câncer

Freud foi diagnosticado com câncer de mandíbula em 1923, o que deu início a uma longa batalha contra a doença. Ele passou por várias cirurgias ao longo dos anos, mas nenhuma conseguiu eliminar completamente o tumor. O sofrimento físico era imenso, e Freud utilizava uma prótese chamada “prótese de obturador” para ajudar na fala e alimentação. Mesmo com essa condição debilitante, ele continuou a trabalhar em seus escritos e consultas com pacientes, mantendo-se fiel à sua paixão pela psicanálise.

Sua resistência à dor era admirável, e Freud recusou-se a abandonar seu trabalho. Ele acreditava que, apesar de seu estado físico, ainda tinha muito a contribuir para o avanço da teoria psicanalítica. Esse compromisso era alimentado por seu desejo de entender profundamente a psique humana e as forças inconscientes que a influenciam.

A Fuga de Viena

Em 1938, a situação política na Europa estava se deteriorando rapidamente com a ascensão do nazismo. Freud, de origem judaica, foi forçado a deixar Viena após a anexação da Áustria pela Alemanha nazista. Embora tenha inicialmente relutado em sair, a pressão de amigos e colegas, juntamente com o medo real de perseguição, o levou a buscar refúgio em Londres.

Freud e sua família conseguiram fugir com a ajuda de amigos influentes, incluindo a Princesa Marie Bonaparte, que negociou sua saída com as autoridades nazistas. Chegando a Londres, ele se estabeleceu em uma casa no bairro de Hampstead, onde passou seus últimos dias.

A Declaração de Despedida

Em seus últimos anos, Freud estava ciente de que seu tempo estava se esgotando. Seu câncer piorou drasticamente, afetando sua qualidade de vida de forma severa. Mesmo assim, ele continuou a trabalhar, revisando e aprimorando suas ideias. Entre suas últimas obras está “Moisés e o Monoteísmo”, publicada em 1939, uma reflexão profunda sobre religião, identidade cultural e as origens do monoteísmo.

Freud era um homem de ciência e acreditava na autonomia de decidir sobre sua própria vida. Quando a dor se tornou insuportável e ele percebeu que não havia mais esperança de recuperação, tomou a decisão de encerrar sua vida de forma digna. Ele pediu ao seu médico e amigo, Max Schur, que o ajudasse a evitar o prolongamento desnecessário do sofrimento.

Em 21 de setembro de 1939, Schur administrou a Freud uma dose letal de morfina, permitindo-lhe partir pacificamente. Ele faleceu no dia seguinte, em 23 de setembro de 1939, aos 83 anos.

O Legado de Freud

A morte de Freud marcou o fim de uma era, mas seu impacto sobre a psicologia e a psicanálise continua a ser profundo até os dias atuais. Suas teorias sobre o inconsciente, os mecanismos de defesa, os sonhos e a sexualidade humana moldaram grande parte do pensamento moderno sobre a mente e o comportamento.

Freud deixou um vasto corpo de trabalho que continua a ser estudado, criticado e debatido. Suas contribuições transcendem a psicologia e influenciam a filosofia, a arte, a literatura e a cultura popular.

Sua morte, assim como sua vida, foi marcada por uma postura de resistência intelectual e pelo desejo de controlar o próprio destino, mesmo diante do inevitável. Ao decidir pela eutanásia, Freud exemplificou a sua crença na autonomia e no poder da racionalidade humana, algo que permeou toda a sua obra.

Considerações

Sigmund Freud foi um homem que transformou a compreensão da mente humana e criou uma disciplina inteiramente nova – a psicanálise. Seus últimos dias, embora marcados por dor e sofrimento, foram também um testemunho de sua resiliência e compromisso inabalável com o conhecimento. Mesmo diante da morte, ele manteve sua dignidade e seu desejo de ter controle sobre seu destino, deixando um legado que continua a inspirar gerações de pensadores.

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por Leonid R. Bózio
Brasília, no início da primavera de 2024 anno Domini

2 thoughts on “Os Últimos Dias e a Morte de Sigmund Freud”

  1. É interessante q o pai da psicanálise q diz q não temos autonomia, q vivemos sob a rege do insconsciente tenha tomado a decisão “racional” de morrer. Mas sendo Freud acredito q ele diria.
    – Quem disse q isso foi uma decisão racional?

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