Freud – A interpretação dos sonhos: (A) A relação dos sonhos com a vida de vigília

Resumo: Freud – A interpretação dos sonhos: Capitulo I

 

(A) A relação dos sonhos com a vida de vigília

 

Resumo: Freud aborda a relação entre os sonhos e a vida consciente, destacando diferentes perspectivas. Alguns argumentam que os sonhos representam uma fuga da realidade, enquanto outros sugerem que estão ligados às experiências recentes ou preocupações subjacentes. Há também uma visão intermediária, sugerindo que os sonhos são influenciados por paixões e desejos pessoais, mas ainda estão enraizados na realidade. Freud destaca a complexidade dessa relação, citando exemplos históricos e filosóficos. Ele explora como os sonhos parecem tanto separados da realidade quanto baseados nela, sugerindo que, embora ofereçam uma escapada, seu material é derivado das experiências da vida consciente.

Tópicos sobre o capítulo

1. **Perspectivas sobre os sonhos**: Freud apresenta diferentes pontos de vista sobre a relação entre os sonhos e a vida de vigília, destacando a visão de que os sonhos representam uma fuga da realidade ou uma continuação dela.

2. **Libertação da vida cotidiana**: Segundo alguns autores citados por Freud, os sonhos têm como objetivo liberar-nos das preocupações e experiências da vida diária, representando a realidade em símbolos e oferecendo uma forma de escapismo.

3. **Continuidade com a vida de vigília**: Por outro lado, muitos argumentam que os sonhos estão intrinsecamente ligados às experiências recentes ou preocupações subjacentes da vida consciente, continuando ou refletindo essas experiências.

4. **Influência das paixões e experiências**: Autores como Maass e Maury sugerem que os sonhos são moldados pelas paixões, desejos e experiências individuais de cada pessoa, refletindo aspectos de sua personalidade, história e ambiente.

5. **Exemplos históricos e filosóficos**: Freud faz referência a exemplos da Antiguidade e citações de filósofos como Lucrécio e Cícero para ilustrar a compreensão da relação entre sonhos e vida consciente ao longo do tempo.

6. **Complexidade da relação**: Freud destaca a complexidade dessa relação, enfatizando que os sonhos parecem tanto separados da realidade quanto baseados nela, e que sua natureza contraditória torna difícil uma compreensão completa.

7. **Contradição insolúvel**: Embora haja diferentes pontos de vista sobre essa relação, Freud sugere que a contradição entre eles parece insolúvel, indicando que os sonhos têm uma natureza peculiar que desafia uma explicação simplista.

 

poema “De rerum natura” de Lucrécio

 

O poema didático de Lucrécio, “De rerum natura”, traz o seguinte trecho
(IV, 962):

Et quo quisque fere studio devinctus adhaeret
aut quibus in rebus multum sumus ante morati
atque in ea ratione fuit contenta magis mens,
in somnis eadem plerumque videmur obire:
causidici causas agere et componere leges,
induperatores pugnare ac proelia obire…

Tradução:

 

“E aqueles que estão ligados a diferentes interesses geralmente se apegam,
ou nos assuntos em que temos demorado muito
e naquela razão que mais contentou nossa mente,
em sonhos, muitas vezes parecemos fazer as mesmas coisas:
advogados argumentam e compõem leis,
generais lutam e enfrentam batalhas…”

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